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Servidor da UFRJ realiza mobilidade de staff em universidade argentina

“Regresso à UFRJ com muitas ideias, e espero encontrar, na instituição, espaços receptivos para que ideias, ou ao menos parte delas, possam frutificar e gerar ações de internacionalização mais oportunas e responsivas às nossas necessidades.”

Entre os dias 06 e 10 de novembro de 2023, o servidor Analista de Relações Internacionais, Guilherme Antunes, visitou a cidade de Junín, na Argentina, realizando um intercâmbio na Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires (UNNOBA).

A experiência decorreu de aprovação em processo seletivo conduzido pela SGRI/UFRJ, direcionado a servidores atuantes na área de internacionalização ou comunicação da universidade, e foi co-financiada pela UFRJ, que custeou as passagens aéreas, e pela UNNOBA, que forneceu hospedagem e alimentação. Vale ressaltar que a chamada foi realizada por meio de Edital publicado e aberto a todos os servidores “que atuam diretamente na potencialização e consolidação do processo de internacionalização da UFRJ.”

A mobilidade de staff não-docente, também chamada de mobilidade de gestores, é uma importante iniciativa que tem adquirido maior proeminência nos últimos tempos. Se o intercâmbio acadêmico propriamente dito, seja para estudantes, docentes ou pesquisadores, é mais disseminado e encorajado institucionalmente, apenas em tempos recentes é que a mobilidade de servidores administrativos tem adquirido maior atenção. Nesse caso, em específico, ela se deu não via acordo bilateral entre as universidades, senão a partir da participação de ambas em uma rede universitária internacional intitulada Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), a qual congrega universidades públicas da América do Sul e promove, dentre outras iniciativas, o intercâmbio de estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos dentre as universidades associadas.

Leia a seguir o depoimento do servidor:

“Considero, acima de tudo, que o principal ganho institucional advindo da mobilidade de staff consiste na capacitação via compartilhamento de aprendizados e boas práticas. O trânsito a uma universidade estrangeira permite que ambas possam aprender umas com as outras, ponderar a eventual aplicabilidade de práticas aprendidas nessa interação, e reter um conhecimento arejado que pode induzir um movimento interno de reformulação com vistas a maiores ganhos de eficácia e eficiência. Ademais, possibilita uma comunicação intercultural altamente profícua, sobretudo para a área de relações internacionais, haja visto que torna explícita a diversidade cultural, linguística e étnica e fomenta uma atitude de entendimento mútuo assentado na compreensão das diferenças e no respeito ativo. Se bem planejada em um plano de trabalho de elevada qualidade, a mobilidade suscita o surgimento de inúmeras novas ideias, as quais, se encontrarem terreno fértil na universidade de origem do servidor participante do intercâmbio, podem resultar em notórias ações de aperfeiçoamento institucional.

Reunião com as professoras do Serviço de Línguas Estrangeiras  da UNNOBA, María Martino e Rosana Eisaguirre (na parte superior), a qual veio à UFRJ e promoveu atividades de ensino e cultura, como contrapartida no processo da AUGM.

 Na UNNOBA, fiquei por cinco dias lotado na Pró-Secretaria de Relações Internacionais, órgão homólogo à SGRI na UFRJ, sendo portanto o escritório central de relações internacionais da universidade, diretamente vinculado à sua reitoria. Ali, pude conhecer e interagir com os colegas atuantes na área. Apresentamos nossa universidade uns aos outros, comparamos atividades administrativas comuns nesse métier, a exemplo da publicação de editais de intercâmbio ou da gestão de acordos internacionais, refletimos sobre as especificidades de cada universidade, consoante sua missão, porte e localização geográfica, e intercambiamos saberes diversos. Pude aprender com meus colegas e, espero, tê-los também ensinado um pouco sobre a operacionalização da internacionalização universitária.

O intercâmbio incluiu também a visita a diferentes instâncias da UNNOBA, a exemplo da Reitoria, localizada em uma belíssima construção histórica, o Chalé de Mr. York, a Escola de Ciências Econômicas e Jurídicas, a Escola de Tecnologia, a Escola de Ciências Agrárias, Naturais e Ambientais, e o Centro de Pesquisas Básicas e Avançadas. Ademais, pude também visitar bibliotecas, laboratórios e, inclusive, fazer as refeições no mesmo restaurante universitário que atende à comunidade da universidade. Por fim, destaco ainda a visita ao alojamento para estudantes estrangeiros, algo que infelizmente ainda não temos na UFRJ, e pude visualizar na prática o cuidado no que se refere ao trato com o estudante estrangeiro, o que inclui não só a oferta de uma estrutura física de residência, mas sobretudo a criação de uma rede de suporte permanente e a oferta continuada de ações de integração, a exemplo da visita ao estádio “Eva Perón” para que os estudantes possam assistir aos jogos do time local, o Sarmiento, além de excursões e passeios programados durante todo o semestre, inclusive para outras cidades, como Buenos Aires.

Destaco também algumas importantes reuniões, incluindo a realizada com o Serviço de Línguas Estrangeiras da UNNOBA, órgão vinculado à reitoria encarregado da capacitação de toda a comunidade da UNNOBA (e externa, haja visto que eles também articulam ações de extensão) em línguas estrangeiras (inglês, francês e português, além do espanhol, para os estrangeiros). Aprendi que, na UNNOBA, todo curso de graduação conta com ao menos uma disciplina de ensino de língua estrangeira, o que evidencia a preocupação da universidade em capacitar profissionais de todas as áreas para atuarem nesse mundo cada vez mais integrado e cosmopolita. Sublinho ainda a reunião com a servidora da Pró-Secretaria de Relações Internacionais encarregada da internacionalização da pesquisa. Na SGRI não temos ainda uma articulação nesse sentido, e me pareceu uma oportunidade de refletir sobre a possibilidade de sermos mais assertivos nesse aspecto.

Foi, decerto, uma excelente experiência, não só de capacitação, mas também de intercâmbio cultural, inclusive fora dos espaços da universidade. Estar em uma cidade como Junín, tão pequena se comparada ao Rio de Janeiro, sentir o acolhimento de seus moradores e praticar o espanhol certamente contribuíram para o meu crescimento pessoal e também profissionalmente, uma vez que esse tipo de imersão em uma comunidade estrangeira contribui para o desenvolvimento de competências extremamente úteis ao fazer profissional, notadamente a aquisição de competências linguísticas e interculturais. Tive até mesmo a oportunidade de dar uma entrevista à Rádio UNNOBA, em que falei da experiência do intercâmbio em si, da UFRJ e das diferenças e proximidades entre as universidades. Clique aqui para acessar a entrevista.

Registro da entrevista concedida nos estúdios da Rádio UNNOBA.

Regresso à UFRJ com muitas ideias, e espero encontrar, na instituição, espaços receptivos para que ideias, ou ao menos parte delas, possam frutificar e gerar ações de internacionalização mais oportunas e responsivas às nossas necessidades.”

Frente do edifício Elvira R. de Dellepiane, sede do escritório da Pró-Secretaria de Relações Internacionais da UNNOBA, em companhia de María Forneris, Diretora de Cooperação Internacional da UNNOBA.